SANTO DOMINGO, República Dominicana – Os principais sismólogos dominicanos pedem prontidão para emergências depois que vários tremores moderados balançaram prédios e abalaram nervos em janeiro.
Pelo menos seis abalos leves e moderados atingiram a ilha nas últimas semanas, inclusive um que registrou magnitude de 5,4 na escala Richter. Não houve registro de feridos, apenas pequenos estragos, principalmente rachaduras superficiais em prédios no norte do país.No entanto, Eugenio Polanco, diretor do Instituto Sismológico da Universidade Autônoma de Santo Domingo, alerta que os tremores devem lembrar os dominicanos dos riscos em um país propenso a terremotos.
“Temos diversas falhas e sulcos na ilha ou nas proximidades”, explica Polanco. “Em um país vulnerável a terremotos, devemos estar preparados e saber o que fazer no caso de um abalo grave”.
Mas o sismólogo explica que a recente série de tremores não deve ser encarada, de forma alguma, como uma previsão de que um terremoto catastrófico está prestes a ocorrer.
“É atividade sísmica normal”, tranquiliza. “As pessoas não devem entrar em pânico. Mas devem estar preparadas.”
As palavras de Polanco adquiriram significado maior recentemente, quando cientistas publicaram um estudo que prevê um futuro trêmulo para a ilha Hispaniola, compartilhada pela República Dominicana e Haiti.
O estudo, publicado na edição de fevereiro do Boletim da Sociedade Sismológica da América, analisou cinco séculos de registros sismológicos na ilha e concluiu que “todo o sistema de falhas de Enriquillo parece estar ativo sismologicamente; e Haiti e República Dominicana devem se preparar para futuros terremotos devastadores”.
O sistema de falhas de Enriquillo causou o terremoto de magnitude 7.0 que devastou o Haiti em janeiro de 2010.
“O terremoto de 2010 no Haiti pode ter marcado o início de um novo ciclo de grandes terremotos causado pelo sistema da falha de Enriquillo depois de 240 anos de inatividade sísmica”, preveem os pesquisadores.
Depois do terremoto catastrófico do Haiti, que matou centenas de milhares de pessoas e deixou cerca de 1,5 milhão de desabrigados, Haiti e República Dominicana tomaram medidas para atualizar seus planos de emergência.
O presidente dominicano, Leonel Fernández, pediu uma análise dos riscos do país e recomendações para a preparação.
Em 2009, o país finalizou um plano nacional de emergência focado, em sua maior parte, na preparação contra tempestades tropicais e furacões.
Mais recentemente, o Centro para Operações de Emergência e várias outras agências governamentais lançaram um plano para informar os cidadãos sobre o que fazer durante um terremoto.
“Estamos trabalhando há dois anos para preparar o país para um terremoto”, afirma um representante do Centro.
A recente série de tremores levou o governo a promover oficinas e reuniões públicas para pedir aos moradores que preparem um plano.
“Os terremotos [recentes] me assustaram, pois eu não pensava nisso há um bom tempo”, disse Margarita González, enquanto comprava itens em um supermercado para montar um kit de emergência. “É melhor estar preparada.”
Em meio aos esforços para reconstruir o país depois do terremoto catastrófico, o Haiti também se preocupa com a preparação para desastres.
Organizações humanitárias que trabalham no país incorporaram a preparação para desastres em seus esforços de reconstrução.
Na foto, uma das históricas “casas-gengibre” de Porto Príncipe. A estrutura de madeira resistiu melhor durante o terremoto de 2010 do que muitas casas de concreto construídas precariamente, dizem os sismólogos. (Ezra Fieser para Infosurhoy.com)
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas ajudou o governo haitiano a desenvolver um mapa que detalha áreas de Porto Príncipe que são altamente susceptíveis a terremotos futuros. Essa informação é fundamental para direcionar os trabalhos de reconstrução, porque permitirá que as autoridades saibam quais prédios precisam de mais reforço.
Construções de má qualidade, poucas normas de edificação e pobreza extrema tornaram a cidade susceptível a catástrofes. Quase 300.000 casas e prédios comerciais foram destruídos ou danificados seriamente. Escombros ainda obstruem as ruas de Porto Príncipe.As deficiências sistêmicas que fizeram o Haiti vulnerável à destruição em massa há dois anos também deixaram a ilha caribenha altamente despreparada para o estudo da atividade sísmica. O país não tem sismólogos.
A organização haitiana Fundação Voilà paga pelos estudos de dois alunos de sismologia na Universidade Purdue, no estado americano de Indiana. Os jovens serão os primeiros sismólogos do país quando concluírem o curso.
“Foi o terremoto de 12 de janeiro que me motivou a estudar sismologia”, afirmou Roby Douilly, um dos estudantes, ao jornal Nature, há um ano. “Alguém tem que tomar a frente.”
Extraído de: http://www.infosurhoy.com/cocoon/saii/xhtml/pt/features/saii/features/main/2012/02/09/feature-01
11/02/2012 - 12h10 Três tremores, o maior de magnitude 5,9 na escala aberta Richter, foram sentidos desde a noite de sexta-feira na região centro-sul do Chile, a mais afetada pelo terremoto de 27 de fevereiro de 2010.
O abalo mais significativo ocorreu às 23h58 de sexta-feira (0h58 de sábado em Brasília) com epicentro no litoral de Lebu, na região de Bío-Bío, a 530 quilômetros ao sul de Santiago, informou o Serviço Sismológico da Universidad de Chile.
De acordo ao Escritório Nacional de Emergência (Onemi), o movimento atingiu nessa região intensidade entre 4 e 5 de magnitude na escala de Mercalli, que oscila de um a 12.
O terremoto foi sentido com intensidade entre 5 e 3 graus na região do Maule, entre 4 e 3 em Araucanía e de 3 em Los Ríos.
Depois ocorreram mais dois tremores de menor magnitude, o primeiro de 4 graus Richter às 5h41 (6h41 de Brasília) foi percebido em Concepción, capital de Bío-Bío, mas desta vez em terra firme. O sismo foi percebido com intensidade de 4 graus em diferentes localidades dessa região.
Às 7h31 (8h31 de Brasília) a terra voltou a tremer em frente ao litoral de Lebu, com magnitude de 4,3 graus.
O terremoto de 2010, com magnitude de 8,8 graus, foi o sexto mais forte registrado na história no mundo e gerou tsunami no litoral do Chile. Mais de 500 pessoas morreram e 800 mil foram atingidas pelos fenômenos.
Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1047390-tres-terremotos-atingem-centro-su
10 de Fevereiro de 2012
Terremotos no Brasil são raros, mas representam um perigo real
Embora não sejam comuns no Brasil, os terremotos não são impossíveis de acontecer por aqui. Além disto, estudos geológicos mostram que há maior probabilidade de que os abalos ocorram em áreas mais populosas e com maior potencial de danos, como a região Sudeste e o Ceará. Essa é a tese defendida pelo sismógrafo José Alberto Vivas Veloso no livro “O terremoto que mexeu com o Brasil” (Thesaurus, 344 páginas) sobre o tremor de 1986 na cidade de João Câmara (RN), que teve magnitude de cinco pontos na escala Richter. No livro, Vivas descreve um cenário muito diferente do famoso clichê de um país livre de desastres.
“Não se pode comparar o perigo sismológico no País com as chuvas que ocorrem todos os anos, provocando desastres terríveis. Mesmo assim, o Brasil lida com os dois problemas de forma muito precária”, disse Veloso ao iG. Para o autor, os dois problemas devem ser tratados com atenção. “O Brasil nunca teve uma prevenção de desastres, pois achamos que é um País abençoado”, disse.
Veloso destaca que há inclusive uma preocupação de terremotos no mar atingirem as plataformas de petróleo. “Existe o cuidado de monitorar o mar”, disse. Bóias de monitoramento estão sendo colocadas para detectar movimentos sísmicos.
De acordo com o professor aposentado da UnB, o livro é um tentativa de mostrar o que podemos aprender com o passado. Ele explica que o descaso com terremotos está no fato de o País não estar em uma área de encontro de placas, onde ocorrem 95% dos terremotos no mundo. “Porém temos os outros 5% para acontecer no meio das placas. É ingenuidade achar que o Brasil não tem terremoto”, disse. Vale lembrar que cerca de meio milhão de tremores são registrados por ano em todo o mundo.
Os dois maiores terremotos do Brasil registraram 6,1 e 6,2 pontos. Ocorreram no meio do século passado em áreas desabitadas – o primeiro no mar, na costa do Espírito Santo e o segundo no interior do Mato Grosso. Nenhum dano aconteceu, mas poderia, caso o terremoto tivesse ocorrido em uma área mais habitada.
Para se ter uma ideia, o maior terremoto do País, de 6,2 pontos de magnitude equivalente ao tremor em Christchurch, na Nova Zelândia, do ano passado, que matou mais de 50 pessoas e danificou 100 mil prédios.
Segundo o pesquisador, a falta de preparo é um grande perigo, pois ela faz com que terremotos não tão fortes gerem muitos dados. "Foi o caso do terremoto de João Câmara, de 5 pontos, que gerou muitos problemas".
Caso não consiga ver o vídeo, clique para assistir na TV iG: Terremotos no Brasil são raros, mas representam um perigo real
O tremor em João Câmara foi 40 vezes menos potente que os de Christchurch e do Mato Grosso, mas teve prejuízos imensos. De acordo com pesquisa de Veloso, 4.348 edificações tiveram de ser reconstruídas, 26.200 pessoas ficaram desabrigadas. As casas com fundações pouco reforçadas e com telhados pesados foram rapidamente destruídas pelos movimentos da Terra.
O terremoto de João Câmara teve uma particularidade. Não foi apenas um tremor, mas uma duradoura sequência sem paralelos na história do País. “Por ter ocorrido próximo da cidade, replicou por vários anos, gerou um estrago muito grande”, disse ao iG Veloso. O solo da região tremeu por cerca de sete anos, em mais de 50 mil eventos.
Três terremotos atingem centro-sul do Chile
DA EFE, EM SANTIAGO
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