segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Freira Profetisa de Dresden e a profecia do fim do mundo


A Profecia do Fim do Mundo da Freira Profetisa de Dresden

No ínicio do século XIX vários manuscritos atribuídos a uma freira de Dresden foram encontrados, decodificados e divididos em três partes. Nelas estão detalhados acontecimentos ligados aos últimos Papas, as grandes dinastias européias, o progresso tecnológico, grandes catástrofes e o fim dos tempos.



As Profecias da Freira de Dresden, cujo título original é Le profezie della monaca di Dresda, é um ensaio publicado em 1986 por Renzo Baschera que analisa diversas cartas encontradas no início do século XIX que contêm profecias o fim dos tempos e o que ocorrerá na sua proximidade. As previsões estendem-se desde meados do século XVII até o fim do mundo apontado para o século XXX.

As profecias foram mencionadas pela primeira vez em 1808 por Nicolas Holb, um abade de Vienna. Segundo ele, o autor dos manuscritos era uma freira alemã extremamente religiosa que teria nascido em Dresden em 1680 e morrido em 1706. Nenhuma informação sobre ela é muito concreta, mas o abade revelou que ela teria vivido em um convento às margens do rio Elba. Suas cartas são escritas em alemão e latim, às vezes usando as duas linguagens na mesma previsão, um fato impressionante para uma freira que era supostamente analfabeta.

As partes mais importantes destes manuscritos são as 31 cartas escritas para autoridades que viveram entre o fim do século XVII e começo do XVIII, incluíndo o Papa Clemente XI, Frederico I da Prússia, Luís XVI da França, Cardeal Francesco Maria de' Medici, vários abades e freiras. Nessas cartas estão diversas previsões sobre o futuro da família do destinatário e mesmo de seu país, contabilizando mortes, assassinatos e avanços tecnológicos. Nenhuma das profecias é atribuída a ela mesma em nenhum momento, pois a freira deixa claro em um manuscrito introdutório que são "vozes" que ditam o que escrever.

A profecia mais longa diz respeito à Casa dos Savoy. Em sua carta para a família, a freira dita os futuros reinados da Casa em três partes. Na primeira parte a carta se dirige ao então Duque Victor Amadeus II, sendo mais um poema moral sobre sua conduta um tanto errônea para os moldes da época. Na segunda o Duque já é chamado de "rei" pela freira, que explica que ele logo seria "o rei de uma ilha" (Victor Amadeus II assumiu o trono da ilha de Sicília em 1713) e "então o rei de uma ilha novamente" (Sardenha, em 1720) e "então o rei das montanhas" (que nunca se concretizou).

A terceira parte da profecia se dirige aos futuros reinados dos Savoys, os quais a freira divide em duas outras subpartes e as compara com uma parada de carruagens. Na primeira subparte ela cita "carruagens puxadas por oito cavalos pequenos" (o Reino da Sardenha) e na segunda "carruagens puxadas por cinco cavalos grandes" (o Reino da Itália). Até este ponto são listados doze reis da Casa dos Savoy. Oito foram reis da Sardenha (de Victor Amadeus II a Victor Emmanuel II) e os outros quatro eram reis da Itália (de Victor Emmanuel II a Umberto II). Segundo Renzo Baschera, na verdade seriam doze reinados se forem contados os dois reinados de Victor Emmanuel II.

A freira esclarece que "entre a quarta e a quinta carruagem puxada por cavalos grandes (reinos da Itália) haveria uma pausa onde uma "carruagem puxada por cavalos negros" apareceria. Essa alusão seria referente a um reinado oligárquico ou republicano. De acordo com Baschera, a pausa seria no momento atual e poderia haver um décimo segundo e último rei dos Savoy na Itália em um futuro próximo. Ele seria representado por um cavalo com uma cruz branca e reinaria por um breve período de tempo, terminando assim a Casa dos Savoy.

A freira também aponta a duração dos reinados da Sardenha e da Itália antes da pausa republicana. O primeiro teria "doze vezes doze anos" (144, somente três anos a mais do que a contagem real) e o segundo "a duração do ano de cabeça para baixo" (o primeiro rei da Itália morreu aos 58 anos, quando o reino tinha 85 anos). A freira também inclui a forma da morte dos cinco reis da Itália da Casa dos Savoy:

1. Profecia: Morre da praga
Rei: Victor Emmanuel II
Motivo da morte: febre causada por uma infecção pulmonar

2. Profecia: Morre no fogo
Rei: Umberto I
Motivo da morte: assassinado com um tiro

3. Profecia: Morre de tristeza
Rei: Victor Emmanuel III
Motivo da morte: morte natural, em exílio

4. Profecia: Morre de tristeza
Rei: Umberto II
Motivo da morte: morte natural, em exílio

5. Profecia futura: Morre de tristeza
Rei: ?
Motivo da morte: por associação morte natural, em exílio


Assim como São Malaquias, a freira também fez previsões para onze Papas a partir de 1878 e os comparou aos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Abaixo comparamos a profecia da freira com a de São Malaquias evidenciando os principais nomes:

1. Profecia da freira: Cavalo Branco, com o sinal do Leão
Suposto Papa: Leão XIII (1878 - 1903)
Momento histórico: Mudanças no pensamento da Igreja, comunicação amigável com todos
Profecia de São Malaquias: Lumen in cœlo (Luz no céu)
Comparação: Cavalo Branco, tempo de paz; Luz, paz.

3. Profecia da freira: Cavalo Amarelo, com o sinal da Benção
Suposto Papa: Bento XV (1914 - 1922)
Momento histórico: Igreja no centro da 1ª GM na Europa.
Profecia de São Malaquias: Religio depopulata (Religião destruída)
Comparação: Cavalo Amarelo, morte e guerras; Bento XV não teve influência suficiente nem tentou evitar a guerra que acabou com reinos centenários e gerou conflitos entre fiéis e a Igreja.

10. Profecia da freira: Guia Angelical de Josafá, com o sinal da Glória
Suposto Papa: Bento XVI (2005 - 2013)
Momento histórico: Queda da apreciação da Igreja Católica
Profecia de São Malaquias: De Gloria olivæ (Glória da Oliva)
Comparação: Escolheu como sua insígnia o ramo de oliveira da Ordem dos Olivetanos.


11. Profecia da freira: Anjo da Misericórdia, com o sinal do Martírio
Suposto Papa: Petrus Romanus (Pedro Romano)
Momento histórico: Ainda por vir
Profecia de São Malaquias: qui paſcet oues in multis tribulationibus: quibus tranſactis ciuitas ſepticollis diruetur, & Iudex tremẽdus iudicabit populum ſuum(que liderará as ovelhas em muitos períodos de aflição: quando elas terminarem, a cidade das sete colinas será destruída e o terrível juíz julgará seu povo)
Comparação: Martírio, tribulação.


Em sua carta a Frederico I da Prússia, a freira ainda acrescentou que "o último Papa da lista virá de seu país". A histórica região hoje faz divisa com a Lituânia, Polônia, Rússia e partes da Alemanha oriental.


Polêmicos e misteriosos desde sua descoberta, os manuscritos da freira de Dresden permanecem até hoje como uma das profecias mais exatas de nosso tempo.
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