Brasil registra demissões em massa e ano pode terminar com mais de 3 milhões de desempregados
A estimativa atual é de que o país pode terminar 2015 com mais de 1,2 milhão de desempregados, no mínimo. Mas, ocorre que na realidade, o número de desempregados para o início do ano já é o dobro do ano anterior e, consequentemente, o resultado final, pode passar de 3 milhões de desempregados até Dezembro de 2015 e piorando cruelmente para 2016. O nível de desocupação cresce no país, algo decorrente não só da Operação Lava-Jato e da suspensão de pagamentos da Petrobras a fornecedores, como quis minimizar o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ao divulgar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro. Os dados apontaram o fechamento de 84 mil postos de trabalho apenas no primeiro bimestre do ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a taxa de desocupação passou de 5,1% em fevereiro de 2014 para 5,9% no mesmo mês de 2015. “O desemprego no país segue em alta no início do ano e registra, pela primeira vez desde 2011, queda no rendimento dos trabalhadores”, aponta a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto. Até o fim do ano, deverá subir ainda mais. Há quem estime que poderá atingir até 8%. Os mais afetados pelo desemprego até agora, segundo o IBGE, são mulheres e jovens. Enquanto para homens, o desemprego passou de 4,7% em janeiro para 5% em fevereiro, entre as mulheres subiu de 6% para 6,9%. E para jovens entre 16 e 24 anos, o índice é ainda mais alarmante: saltou de 11% em dezembro para 16,1% em fevereiro. O setor de serviços foi o que mais demitiu em fevereiro, de acordo com o IBGE, com queda de 3,7% no número de empregados e dispensa de 165 mil pessoas. O auxiliar de cozinha Patricio Wanderson, de 26 anos, perdeu o emprego porque o restaurante onde trabalhava fechou as portas. “Todos os meus colegas foram demitidos. Estou procurando qualquer coisa, nem precisa ser na área de alimentação. Mas está difícil”, diz. Também do setor de serviços, Ozinélia Barros da Fonseca, de 49 anos, conta que a idade atrapalha sua recolocação. “Fui caixa de supermercado, mas me demitiram quando acabou o contrato de experiência. Já está difícil encontrar emprego e a minha idade é mais uma barreira. É como se a gente não tivesse mais utilidade”, diz ela, que procura vaga desde outubro do ano passado. Cortes em massa Desde o fim do ano passado, vários setores estão demitindo fortemente (leia quadro). Além das empresas vinculadas à Petrobras, o setor automotivo, a construção civil, os serviços, as mineradoras e as metalúrgicas também estão em maus lençóis por conta da fraca atividade econômica do país. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estagnado, com avanço de apenas 0,1%, de acordo com dados do IBGE. Para 2015, a perspectiva do mercado é de retração de 1,5%, enquanto o Banco Central estima queda de 0,5% no PIB. Os setores produtivos mais afetados pela conjuntura econômica iniciaram as demissões para cortar custos. A construção civil, que já demitiu 250 mil trabalhadores nos últimos cinco meses, deve fechar mais 300 mil postos em 2015, projeta o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-SP). O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada estima que, pelo menos, 20,1 mil trabalhadores de 38 empresas, em sete projetos da Petrobras, tenham sido demitidos nos últimos meses. Quase 2 mil mineradores perderam seus empregos. O setor automotivo, que já demitiu 12,4 mil pessoas em 2014, deve cortar mais 350 mil vagas. Apenas em fevereiro, o setor de serviços, o que mais emprega no país, fechou quase 200 mil postos de trabalho. E o varejo deve cortar 100 mil empregos este ano, conforme a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Pesquisas Todas as pesquisas que apuram desemprego no país são unânimes em mostrar o aumento da desocupação. Até mesmo o levantamento do Departamento Intersindical de Estatístisca e Estudos Socioeconômicos (Dieese), fortemente ligado ao PT, partido da presidente Dilma mostra aumento do desemprego. A taxa apurada pela entidade cresceu para 10,5% em fevereiro na região metropolitana de São Paulo. A coordenadora da pesquisa, Lucia Garcia, argumenta, contudo, que os dados são sazonais. “A indústria de São Paulo sempre demite em fevereiro, assim como o setor de óleo e gás. Há queda até maio e depois crescimento do emprego no segundo semestre”, alega. A posição institucional do Dieese, no entanto, não é tão otimista quanto a pesquisadora. “O mercado de trabalho deverá sofrer grande impacto com as medidas de ajuste implementadas pelo governo. Sinais preocupantes já aparecem nas estatísticas. O processo de retração começou no segundo semestre do ano passado”, afirma o boletim de conjuntura da entidade. O IBGE revela que a taxa de desocupação passou de 5,1% em fevereiro de 2014 para 5,9% no mesmo mês de 2015. “O desemprego no país segue em alta no início do ano e registra, pela primeira vez desde 2011, queda no rendimento dos trabalhadores”, aponta a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do instituto. Até o fim do ano, deverá subir ainda mais. Há quem estime que poderá atingir até 8%. (Informações de Em.com.br)
Gabriel O Pensador - Dança Do Desempregado Fonte:
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